(por Marcial Azevedo)
Antigamente a palavra tinha mais poder.
Dizer o nome das existências existentes entre as árvores,dentro do rio,acima do sol,era dominá-las,com doçura.
O mistério não morria,mas se aproximava quando o nome das estrelas era dito baixo,ressoante.
A saudade se consumia,o futuro entrava dentro de casa,as flores discretamente lhe sorriam quando seus perfumes eram nomeados,se seus desígnios eram ditos...
Oque estaremos invocando então quando se diz Taynara?...
Palavra aberta,sonora,cheia de as.
Estará se convidando pássaros para dentro dos quartos,acima,pelas escadas?
Desenhando sonoras senhas secretas nos pijamas esquecidos,nos escritórios em silêncio?
Estaríamos acordando curvas,relembrando destinos?...
Não sei.
Só sei que depois do nome,depois de suas letras mansas e abertas em círculos risonhos no ar,fica na luz do dia um tom de outono eterno,fica no espasso entre as gentes,pontes de areia a tagarelar.
Como se a distância entre um coração e outro fosse um jardim líquido,feito de som,pausa e alma.
Taynara...
MARCIAL AZEVEDO- Bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp (1998);- Professor Substituto do curso de Licenciatura em Arttes pela Universidade Federal de Uberlândia (2000-2003)- Ator e Diretor Artístico da Empresa de Entretenimento HOPI HARI;- Professor, bailarino contemporâneo, pesquisador em dança pessoal e arquétipos mitológicos;- Diretor e Dramaturgo do espetáculo “Ninguém Abraça um Pedaço” – Lei de Incentivo à Cultura (Uberlândia-2008)